segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Estudo associa Prozac e outros antidepressivos a problemas pulmonares em bebês

08 de fevereiro de 2006 - 19:58

Nova York - Bebês cujas mães tomaram antidepressivos durante o segundo semestre
da gravidez têm seis vezes mais chances de desenvolver um distúrbio do pulmão,
afirmam os pesquisadores na edição do New England Journal of Medicine. Os
antidepressivos que causariam os problemas são chamados de inibidores seletivos
de serotonina, uma classe de drogas que inclui Prozac, Paxil e Zoloft. "Este é o
último de uma série de trabalhos sobre os efeitos adversos desses medicamentos
em fetos" afirmou o Dr. James L.Mills em um editorial na edição jornal. Mills é
membro do Instituto Nacional de Saúde da Criança e Desenvolvimento Humano.

No estudo, pesquisadores observaram um problema chamado hipertensão pulmonar
permanente. O distúrbio ataca duas em cada mil crianças que nascem e se
manifesta depois do parto quando o pulmão do bebê não se adapta rapidamente e
não há oxigênio suficiente no sangue. Foram entrevistadas mães de 377 crianças
que tinham o problema e perguntaram se elas haviam tomado medicamentos para
depressão no período da gravidez. As mulheres foram comparadas com mães de 836
bebês saudáveis nascidos praticamente na mesma época.

As mães de 14 crianças que possuíam a complicação pulmonar afirmaram ter tomado
os medicamentos citados durante a segunda metade de sua gravidez. Enquanto, no
grupo de comparação, seis mães disseram que haviam tomado. Os pesquisadores
calcularam que os antidepressivos aumentavam o risco do aparecimento do
distúrbio em seis vezes. Eles descobriram que o risco não aumentava durante a
primeira metade da gravidez ou em virtude do uso de outros antidepressivos sem
os inibidores seletivos de serotonina.


Controvérsia
A pesquisadora, Christina Chambers da Universidade da Califórnia, disse que se
há um risco real ele é muito pequeno. Segundo pesquisadores 99% das mulheres que
tomam antidepressivos nos últimos meses de gravidez darão à luz a bebês
saudáveis. A pesquisa de Chambers foi patrocinada por indústrias farmacêuticas.
O Food and Drug Administration(FDA), órgão que administra a produção de
alimentos e remédios nos Estados Unidos, alertou no ano passado que o Paxil
podia ser associado à defeitos no coração quando tomado durante os três
primeiros meses de gravidez.

Dra. Sandra Kweder, do FDA, chamou os resultados do estudo de inquietantes e que
a Agência irá redigir um uma advertência pública em alguns dias. "Eu enfatizaria
que não é motivo para pânico entre mulheres que tomam esses medicamentos"
afirmou.

Segundo ela, as mulheres não devem parar de tomar antidepressivos por conta
própria e devem consultar seus médicos se tiverem preocupações. "Para muitas
mulheres, o pequeno risco apontado por esse estudo pode ser uma preocupação
maior que sua necessidade de tratamento de um distúrbio mental."

Por razões éticas, medicamentos não podem ser testados em mulheres grávidas e os
prováveis efeitos de um remédio em um feto só podem ser observados depois que
ele estiver em uso no mercado.Outras pesquisas associaram o uso dos
antidepressivos no fim da gravidez com irritabilidade, baixa taxa de açúcar no
sangue e dificuldade para respirar em recém-nascidos.

http://www.estadao.com.br/ciencia/noticias/2006/fev/08/297.htm

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