segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Aumenta a incidência de endometriose e adenomiose


Imagine 0,5% das cesáreas  feitas no Brasil em massa que terão como complicação futura a endometriose. (ela se forma no local da cicatriz no útero). 1 a cada 200 mulheres é muito. Mas lógico que esse "detalhe" não é informado.
Katia

Publicada em 12/09/2007 às 12h50m
Tatiana Clébicar - O Globo Online
RIO - Duas doenças ginecológicas, a endometriose e a adenomiose, estão atingindo mais as mulheres. Os médicos ainda não podem apontar uma única razão, mas suspeitam que o estilo de vida adotado pela mulher contemporânea esteja alterando o sistema imunológico feminino, fazendo com que a incidência aumente. Estima-se que de 15% a 20% das mulheres em todo o mundo tenham endometriose e 10%, a adenomiose. As duas se caracterizam pela presença de células do endométrio, mucosa que reveste o útero, fora do lugar. No caso da endometriose, o tecido endometrial pode se espalhar para qualquer lugar fora da pelve. Já a adenomiose é caracterizada pelo extravasamento deste tecido para o músculo uterino. As duas provocam cólicas e sangramentos intensos, dor durante a relação sexual, comprometem a fertilidade feminina e podem ser um transtorno na vida das pacientes ( Leia o depoimento de Leila Olivieri, que tem endometriose). A diferença é que enquanto a endometriose se manifesta aproximadamente um ano depois da primeira menstruação, a adenomiose atinge as mulheres por volta dos 30, 35 anos. (Veja também: Campanha atende mulheres com endometriose )
" Uma das razões é que elas estão menstruando mais. Antigamente, elas tinham filhos seguidamente e não menstruavam. Hoje o número de ciclos é muito maior "

- A incidência das duas doenças está aumentando. O sistema imunológico da mulher não consegue expelir as células. Uma das razões é que elas estão menstruando mais. Antigamente, elas tinham filhos seguidamente e não menstruavam. Hoje o número de ciclos é muito maior - explica o ginecologista Marco Aurélio Pinho de Oliveira, chefe do serviço de ginecologia e do ambulatório de endometriose do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Uerj. Além disso, estudos importantes associam a poluição à endometriose.
Segundo Oliveira, a dioxina, um resíduo da incineração de material orgânico está relacionada à incidência da doença.
- A Bélgica, país que tem uma das maiores taxas de endometriose do mundo, mediram os níveis de dioxina no ambiente e encontraram uma relação importante. Mas são raros os países que fazem esta medição. Um outro estudo expôs macacas rhesus a esta substância e a teoria se confirmou. Elas desenvolveram mais rapidamente formas graves de endometriose.
O próprio médico contribuiu com a pesquisa da doença ao publicar um estudo científico na revista internacional "Acta" sobre um tipo de endometriose rara, provocada por uma lesão na cicatriz da cesariana.
- Ela atinge 0,5% das mulheres que fazem a cirurgia. Embora possa parecer um número pequeno, para nós, no Brasil, onde o número de cesarianas é altíssimo, ele é expressivo - explica o médico, que é também um dos coordenadores da MovEndo - Instituto de Endometriose. - Dois a três anos após a cirurgia surge um caroço na cicatriz. Podemos fazer uma ressecção, retirando apenas o nódulo, ou partir para a retirada total do útero.
Tratamento hormonal ou cirúrgico
A retirada total do órgão é, segundo ele, o único tratamento 100% eficiente para as duas doenças. Mas em função da idade e do desejo da maternidade não pode ser indicado para todas as pacientes. A solução é usar anticoncepcionais de uso contínuo ou hormônios para suspender a menstruação.
- A cada ciclo, o tecido endometrial vai aderindo às paredes das trompas, por exemplo. Se a menstruação não for suspensa na adolescência, quando a mulher chegar aos 30 anos e desejar engravidar, a trompa pode estar bloqueada. Será necessário fazer uma cirurgia para liberá-la ou encaminhar esta paciente para um tratamento de fertilização - diz o médico, afirmando que os pais e os ginecologistas devem ficar atentos às queixas das adolescentes. - A endometriose não parece numa ultra-sonografia. Mas, se a menina de 14, 15 anos reclama de cólica muito forte, ela tem 80% a 85% de ter endometriose.

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