quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Estudo sugere explicação para depressão pós-parto



Pesquisa sugere que falta de receptor pode causar distúrbio
Centistas americanos dizem estar mais perto de compreender porque algumas mulheres sofrem com depressão pós-parto
Uma pesquisa da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, mostrou que ratas que não possuem um receptor químico no cérebro desenvolveram sintomas semelhantes ao mal.
Uma especialista britânica que leu o estudo – publicado na revista científica Neuron – disse que ele pode gerar novos tratamentos contra depressão pós-parto.
Acredita-se que entre 5% e 25% de todas as novas mães sofrem algum tipo de depressão pós-parto. Elas encontram dificuldades de suprir as necessidades do bebê e, às vezes, de formar um laço afetivo com ele.
Humor e ansiedade
As razões exatas para algumas mulheres desenvolverem o mal e outras não ainda são desconhecidas. Mas a equipe da universidade americana acredita ter algumas respostas.
Eles estudaram um grupo de células do cérebro que cumpre um papel fundamental na regulação do humor e da ansiedade.
Um químico chamado GABA pode reduzir a atividade de determinadas células nervosas ao entrar em contato com receptores da superfície da célula que regula o humor e da ansiedade.
A equipe de cientistas percebeu que, nos ratos, um tipo particular destes receptores é altamente ativo durante a gravidez e o logo após o nascimento do filho.
A teoria deles é que essa variedade de receptor pode ajudar, em circunstâncias normais, a controlar a resposta do cérebro a grandes mudanças hormonais – tanto no período de gravidez como imediatamente depois.
Uma falha nesses receptores poderia ser a origem dos sintomas da depressão pós-parto, segundo eles.

Novo tratamento
Para testar a teoria, eles criaram ratas com menos receptores nas células.
Estas ratas transgênicas se comportaram como mães com depressão pós-parto, com comportamento mais letárgico e, às vezes, rejeitando seus filhos.
Quando elas receberam uma droga que estimula os receptores, os sintomas param.
"Atingir a subunidade (o receptor) pode ser uma estratégia promissora para desenvolver novos tratamentos para depressão pós-parto", disse Jamie Maguire, da equipe de cientistas da Califórnia.
A especialista britânica Delia Belelli, da Universidade de Dundee, estuda o impacto do químico GABA em desordens de humor há mais de 20 anos.
Ela disse que a droga usada no estudo da Universidade da Califórnia pode ter um papel importante no tratamento de mulheres com depressão pós-parto.
"É fascinante ver algo como isso sendo divulgado, depois de tantos anos de especulação", disse Belelli.
"O que eles estão sugerindo não é surpreendente, e poderia, em teoria, ser aplicado não só à depressão pós-parto, como também a outras desordens de humor, como as do ciclo menstrual das mulheres."

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/07/080731_depressao_posparto_dg.shtml

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