segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Estresse pode lesar cérebro de crianças, diz estudo

Plantão | Publicada em 05/03/2007 às 09h43m
BBC

Altos níveis de estresse podem causar lesões no cérebro de uma
criança, sugere estudo do Centro Médico da Universidade de Stanford,
nos Estados Unidos.

Os pesquisadores descobriram que uma estrutura cerebral envolvida na
memória e emoções havia encolhido em crianças com Transtorno do
Estresse Pós-Traumático (PTSD, em inglês).

Um hipocampo reduzido pode fazer com que a criança tenha menor
capacidade de lidar com estresse e eleva o grau de ansiedade, de
acordo com artigo na publicação especializada Pediatrics.

As crianças no estudo também apresentaram níveis mais altos de um
hormônio do estresse chamado cortisol que, como foi comprovado em
animais, mata células do hipocampo.

Isto pode criar um círculo vicioso, onde altos níveis de cortisol
causam mais danos no hipocampo que, por sua vez, eleva a ansiedade na
criança.

Os pesquisadores de Stanford especulam que os danos que se seguem
podem prolongar os sintomas de estresse e também interferir na
terapia.

Victor Carrion, que liderou o estudo, explica: "Um tratamento comum
para PTSD é ajudar o paciente a desenvolver uma narrativa da
experiência traumática."

"Mas se o estresse do evento está afetando áreas do cérebro
responsáveis por processar informação e incorporá-la em uma estória,
este tratamento pode não ser eficaz."

Estresse extremoCarrion disse que o estresse tem que ser extremo para
causar lesões: "Nós não estamos falando do estresse de fazer a lição
de casa ou brigar com o pai."

As 15 crianças que ele e sua equipe estudaram sofriam de PTSD como
resultado de abuso físico, emocional ou sexual, tendo presenciado
violência ou vivido separação duradoura e perda.

Carrion disse que agora será importante entender a razão de algumas
crianças parecerem mais resistentes a estresse do que outras, e os
efeitos no longo prazo do estresse extremo.

Os especialistas já sabem que os genes e o ambiente em que uma pessoa
é criada desempenham um papel, e que ter PTSD como criança aumenta o
risco de depressão e ansiedade na vida adulta.

Estima-se que até uma em cada dez pessoas podem desenvolver PTSD em
alguma fase da vida.

Joe Herbert, professor de Neurociência da Universidade de Cambridge,
na Grã-Bretanha, disse que "há cada vez mais evidências de que
adversidade no começo da vida pode ter posteriormente um impacto
duradouro na saúde mental e física, e que pelo menos algumas dessas
associações são resultado de mudanças na secreção de cortisol".

"A grande questão é se um hipocampo menor é um prenúncio de PTSD ou
uma conseqüência."

Segundo ele, um estudo de veteranos de guerra com PTSD sugeriu que um
hipocampo menor predispõe a PTSD, e não o contrário.

fonte:
http://oglobo.globo.com/saude/vivermelhor/mat/2007/03/05/294799124.asp

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