segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Estudo mostra que bebês já nascem "contaminados" nos EUA


Por Maggie Fox

WASHINGTON (Reuters) - Bebês estão absorvendo substâncias químicas como
mercúrio, subprodutos de gasolina e pesticidas ainda dentro do útero,
mostrou
um levantamento divulgado nos Estados Unidos na quinta-feira.

Embora os efeitos das substâncias nos bebês ainda não estejam claros, a
pesquisa fez com que parlamentares norte-americanos comecem a pressionar por
leis que aumentem o controle sobre compostos químicos no meio ambiente.

O estudo, do Grupo de Trabalho Ambiental, baseia-se em testes com dez
amostras
de sangue de cordão umbilical recolhidas pela Cruz Vermelha Americana. Foram
encontradas em média 287 substâncias contaminantes no sangue, incluindo
mercúrio, retardante de fogo, pesticidas e a substância PFOA, do Teflon.

"Esses dez recém-nascidos... nasceram poluídos," disse a deputada por Nova
York Louise Slaughter, que deu uma entrevista coletiva na quinta-feira sobre
as conclusões do trabalho.

"Se já tivemos alguma prova de que as leis de nosso país contra a poluição
não
estão funcionando, essa prova é a lista dos químicos industriais presentes
nos
corpos de bebês que nem viveram fora do útero ainda," disse Slaughter,
deputada democrata.

O sangue do cordão umbilical reflete aquilo que a mãe passa para o bebê pela
placenta. "Das 287 substâncias químicas que detectamos no sangue do cordão
umbilical, sabemos de 180 causam câncer em seres humanos ou animais, 217 são
tóxicas para o cérebro e para o sistema nervoso e 208 causam defeitos de
nascença ou desenvolvimento anormal em testes com animais," disse o
relatório.

A pesquisa não mostrou como as substâncias entraram no corpo das mães nem
seus
efeitos sobre os bebês.

Entre elas, estavam o metilmercúrio, produzido por usinas termelétricas e
por
alguns processos industriais. Ele pode ser absorvido pela respiração ou pelo
consumo de peixes e fruto do mar, e causa problemas no cérebro e no sistema
nervoso.

Também foram encontrados hidrocarbonetos poliaromáticos, ou PAHs, produzidos
pela combustão de lixo e de gasolina e que podem causar câncer; substâncias
retardantes de fogo chamadas dibenzodioxinas e dibenzofuranos polibromados;
e
pesticidas como o DDT e o clordano.

O mesmo grupo havia analisado o leite materno de mulheres norte-americanas
em
2003 e encontrado vários níveis de substâncias químicas, como os retardantes
de fogo conhecidos como PBDEs. A análise mais recente também encontrou o
composto.

A deputada fez testes semelhantes em seu próprio sangue e encontrou
substâncias parecidas. "Tenho, no total, 271 substâncias prejudiciais
pulsando
em minhas veias," disse ela.

"Hoje, compostos químicos são usados para fazer mamadeiras, embalagem de
comida e outros produtos que nunca tiveram seus efeitos na saúde de crianças
totalmente avaliados -- e alguns desses compostos estão aparecendo em nosso
sangue," disse o senador democrata por Nova Jersey Frank Lautenberg.

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