quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Estudo liga parto pélvico de bebê a genes dos pais

Especialistas afirmam que mães não devem se preocupar

Alguns bebês chegam ao mundo com as nádegas na frente por predisposição genética herdada do pai ou da mãe, segundo um estudo de cientistas noruegueses.

Cerca de um em cada 20 bebês nasce nesta posição - a chamada apresentação pélvica do bebê -, que tem um risco maior de complicações no parto em comparação com o nascimento em que o bebê está em posição cefálica – quando a cabeça vem na frente.

O estudo, da Universidade de Bergen, na Noruega, publicada na revista especializada British Medical Journal, analisou dados de 387 mil bebês nascidos entre 1967 e 2004 e concluiu que um bebê filho de pai ou mãe que tenha nascido com apresentação pélvica tem o dobro de chances de nascer nesta posição.

Mas parteiras afirmam que os pais não devem se preocupar já que um em cada quatro bebês está na posição errada no meio da gravidez, mas apenas de 3% a 4% dos bebês não está em posição cefálica na hora do nascimento.

As razões precisas para o nascimento de um bebê nesta posição não são conhecidas, mas a anatomia da mãe, em particular o formato de seu útero, pode ter um importante papel nesse mecanismo.

O nascimento natural é o em que o bebê nasce com a cabeça saindo na frente, e depois o corpo, e outras posições aumentam os riscos de problemas respiratórios na hora do parto.

Por conta disso, muitas mulheres cujo bebê tem apresentação pélvica optam pela cesariana.

Genes

O estudo norueguês concluiu que o risco de apresentação pélvica passado ao bebê é idêntico tanto do pai como da mãe, no caso de ambos terem nascido desse mesmo jeito.

Mas outros especialistas afirmam que a relação não é tão clara assim. A bióloga Janet Hardy, especialista em saúde pública da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, afirma que poderia haver um fator separado, e não pré-determinado, que aumentaria o caso de apresentações pélvicas nessas famílias.

Segundo ela, "médicos devem continuar buscando informações durante os cuidados do pré-natal sobre a apresentação do pai e da mãe na hora de seus nascimentos e outros fatores de risco potenciais para a apresentação pélvica".

Mervi Jokinem, do Royal College of Midwives, que forma parteiras na Grã-Bretanha, disse que as conclusões são "intrigantes".

"Sempre tendemos a achar que as mães sabem como nasceram, e algumas parteiras perguntam aos pais também, apenas para registrar as informações na ficha da parturiente."

"Mas no fim das contas, as mulheres não devem se preocupar muito sobre a possibilidade de uma apresentação pélvica, desde que ela esteja recebendo os cuidados adequados no pré-natal."

Henry Annan, porta-voz do Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, que forma obstetras e ginecologistas, disse que a apresentação pélvica praticamente dobra as chances de riscos de complicação para o bebê.

"Ter um bebê na apresentação pélvica aumenta os perigos, mas com cuidado apropriado, as chances são de que o bebê vai nascer saudável."

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