quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Distúrbio do sono incurável afeta cerca de 800 crianças que tomaram vacina contra H1N1 na Europa3

Distúrbio do sono incurável afeta cerca de 800 crianças que tomaram
vacina contra H1N1 na Europa31
Do UOL
Em São Paulo 22/01/201314h34

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Foto 20 de 21 - 22.jan.2013 - Emelie Olsson posa na sala de sua casa,
em Estocolmo, na Suécia, ao lado do pai Charles e da mãe Marie. A
garota é uma das 800 crianças na Europa que desenvolveram narcolepsia,
distúrbio do sono incurável e caracterizado por sonolência excessiva
durante o dia, após vacina Pandemrix contra a gripe H1N1, em 2009. A
imunização é desenvolvida pela farmacêutica GSK (GlaxoSmithKline) Mais
Ints Kalnins/Reuters
Cerca de 800 crianças europeias desenvolveram narcolepsia – uma doença
incurável que causa crises de sono incontroláveis durante o dia – após
terem recebido a vacina Pandemrix, contra o vírus da gripe H1N1
('gripe suína'), produzida pela GlaxoSmithKline.

A jovem Emelie Olsson, de 14 anos, é uma delas. Ela tem dificuldade de
se manter acordada durante o dia e perde aulas com frequência por
causa do problema. Ao acordar, ela às vezes fica paralisada, com falta
de ar e sem conseguir pedir ajuda. Além disso, ela tem pesadelos e
alucinações.

Países como a Finlândia, a Noruega, a Irlanda e a França também
registraram aumento nos casos de narcolepsia em crianças após a
implementação da vacina. Por causa disso, a agência reguladora de
remédios europeia decidiu restringir o uso da vacina em jovens abaixo
dos 20 anos.

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O médico responsável pela área de vacinas da GlaxoSmithKline, Norman
Begg, afirmou que a companhia está comprometida em solucionar a
questão, mas também disse que ainda não há evidência científica
suficiente para associar a vacina à doença.

Já para o médico Emmanuel Mignot, da Universidade de Stanford (EUA),
considerado um dos maiores especialistas em narcolepsia do mundo, não
há dúvidas de que a vacina fez aumentar a ocorrência de narcolepsia.
Mas ele concorda que ainda é preciso fazer mais pesquisas.

Mais de 30 milhões de pessoas de 47 países receberam a vacina da
Glaxo entre 2009 e 2010. A companhia diz que 795 pessoas foram
diagnosticadas com narcolepsia na Europa desde o início do uso da
vacina.

Segundo o Ministério da Saúde, a vacina adquirida em 2010 para
imunização contra a H1N1 no Brasil não é a Pandemrix e não houve
nenhum caso de narcolepsia no país.

Os cientistas ainda estão pesquisando o que, na vacina, pode deflagrar
a doença. Alguns sugerem que é o adjuvante, chamado de AS03. Outros,
que é o próprio vírus H1N1 o responsável por causar narcolepsia em
pessoas geneticamente predispostas.

Mas os especialistas concordam que é preciso cautela para não gerar
pânico na população. "Ninguém quer ser o próximo Wakefield", disse
Mignot à Reuters, referindo-se ao médico britânico Andrew Wakefield,
que perdeu seu registro após ter associado a vacina contra sarampo,
caxumba e rubéola ao autismo.

Equipes independentes de pesquisadores já publicaram estudos revisados
por outros especialistas na Suécia, na Finlândia e na Islândia. Todos
eles mostraram que o risco de narcolepsia aumentou de sete a 13 vezes
entre as crianças que tomaram a vacina, em comparação com as que não
tomaram.

O médico especializado em saúde pública Goran Stiernstedt, da Suécia,
questiona se valeu a pena imunizar a população - ele ajudou a
coordenar a campanha no país.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia de gripe
H1N1, de 2009 e 2010, causou 18.500 mortes, embora um estudo publicado
no ano passado conclua que o número foi 15 vezes maior.

Stiernstedt estima que a vacinação evitou a morte de 30 a 60 pessoas
por gripe. Mas pode ter deflagrado 200 casos de narcolepsia, uma
doença incapacitante. Para ele, trata-se de uma "tragédia médica".

Já o diretor de imunizações do governo britânico, David Salisbury,
acredita que, diante de uma pandemia, o risco de morte é bem mais
grave que o risco de narcolepsia. Para ele, caso os pesquisadores
tivessem dedicado mais tempo às pesquisas com a vacina, muito mais
gente teria morrido.

(Com Reuters e Folha.com)

http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2013/01/22/disturbio-do-sono-incuravel-afeta-cerca-de-800-criancas-que-tomaram-vacina-contra-h1n1-na-europa.htm

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